Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

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Pílulas Modernistas

Nova Série Virtual

publicado: 21/12/2022 14h24, última modificação: 02/03/2023 22h53
Mário de Andrade

O Museu do Diamante/Ibram foi idealizado pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atual IPHAN), órgão criado em 1937 e que representou a inauguração de uma política oficial de Patrimônio no país. Tal política estava ligada ao projeto de construção de uma identidade nacional, que contou com a participação de diversos intelectuais, muitos deles ligados ao Modernismo. Esse movimento tinha, em linhas gerais, o objetivo de renovar o campo das artes no Brasil, dotando-o de uma identidade própria e acompanhando o movimento das vanguardas mundiais do início do século XX.

Que tal conhecer alguns desses pensadores e artistas, que contribuíram para a cultura brasileira e para a construção do Patrimônio nacional?

Mário de Andrade (São Paulo, 1893-1945) foi poeta, escritor, pesquisador, ensaísta e musicólogo, e um dos principais articuladores da Semana de Arte Moderna de 1922. Em sua obra literária, destacam-se Pauliceia Desvairada (1922), livro de poesia, e o romance Macunaíma, considerado um dos textos fundamentais do modernismo brasileiro. Mário também trouxe enormes contribuições ao campo da etnomusicologia no Brasil, por meio de suas pesquisas folclóricas pelo interior do Brasil, e atuou diretamente no campo da política patrimonial, tendo estado à frente do Departamento de Cultura de São Paulo.

Em 1936, Mário redigiu o Anteprojeto que deu origem ao Decreto-Lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, responsável pela criação do SPHAN – o texto original, elaborado pelo escritor, dava um destaque muito maior à cultura popular e à diversidade brasileira, dando ao Patrimônio um caráter mais dinâmico e inclusivo.

Oswald de Andrade

Oswald de Andrade (São Paulo, 1890-1954) foi escritor, ensaísta e dramaturgo, um dos promotores da Semana de 1922 e autor dos mais importantes manifestos modernistas, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil e o Manifesto Antropófago. Inspirando-se em movimentos da vanguarda europeia, como o Futurismo e o Surrealismo, Oswald propunha que o Brasil fosse antropofágico com a cultura europeia, digerindo o que ela oferecia de melhor e exportando-a na forma de uma produção cultural superior e tipicamente brasileira.

🎨 Tarsila do Amaral (São Paulo, 1886-1973), pintora e desenhista, é considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas. Casada com Oswald de Andrade entre 1926 e 1929, foi ela quem inspirou o Manifesto Antropófago, com seu célebre quadro Abaporu. Influenciada por vanguardas artísticas como o Cubismo, o Futurismo e o Expressionismo, Tarsila inovou a arte brasileira ao incorporar em sua pintura temas tipicamente nacionais, com destaque para o elemento indígena. Sua obra é marcada pelo uso de figuras estilizadas, formas geométricas e cores fortes.