Julho é o mês das férias, então que tal viajar com a gente através da coleção de objetos de transporte do acervo do MD?

As caçambas, ou estribos, são acessórios de montaria que se prendem ao pé do cavaleiro, aumentando sua capacidade de permanecer na sela e controlar a montaria.
O objeto da imagem é de uso feminino e em formato de chinelo, confeccionado em prata. Possui um design delicado, com ornamentos de frisos e motivos florais. A alça tem formato de ferradura, arrematada por aro ovalado e fixado nas laterais por parafusos.

Os acessórios de montaria podiam ser objetos luxuosos, como este freio de cavalgadura do Século XIX confeccionado em prata e ornamentado com volutas e figuras humanas grotescas nos dois pinos laterais.

Os acessórios de montaria podiam ser objetos luxuosos, como esta guampa do Século XIX, confeccionada em prata e ornamentada com frisos, volutas e motivos florais. Destaque para os rostos de figuras grotescas em relevo na base superior do copo, com boca aberta e língua aparente.
As guampas são grandes copos de montaria, como os copos feitos de chifre usados pelos tropeiros.

Os baús eram, desde fins da Idade Média, objetos utilizados para guardar roupas e objetos, mas também para transportá-los durante as viagens. Em Portugal, baús de couro pintado com fechaduras de metal amarelo e tachas, de influência hispano-árabe, apareceram por volta do séc. XV. O baú deve ter chegado ao Brasil com os primeiros colonizadores e foi usado, no interior, como mala. No período colonial, entre os móveis rústicos aqui executados há muitas referências a canastras encouradas como o baú de viagem e baú de tropeiro. Modelos semelhantes foram repetidos em Minas e outras regiões, e neles as tachas formam diversos desenhos (corações, flores, etc) ou trazem iniciais e datas, como estes dois exemplares do nosso acervo, que datam do século XIX.
Fonte: MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 50.

As liteiras de tração animal era utilizadas, sobretudo, para pequenas viagens. O exemplar do MD é confeccionado em madeira pintada e possui duas aberturas laterais para entrada do passageiro. As janelas possuem treliças para ventilação em palhinha trançada, e a parte interna contém bancos de madeira com estofamento em tecido. Este exemplar possui também um monograma com as iniciais “M” e “S”, pois pertenceu ao Monsenhor Santos: Dom João Antonio dos Santos, 1º Bispo de Diamantina e fundador da Fábrica de Tecidos do Biribiri, durante o século XIX.