Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

Museu do Diamante

O Museu do Diamante foi criado em 12 de abril de 1954, por meio da Lei Nº 2.200 do Presidente Getúlio Vargas, que se baseou em projeto do então Deputado Juscelino Kubitschek de Oliveira. Hoje o Museu do Diamante é administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).

Localizado no centro histórico de Diamantina, situada no início da Estrada Real, antigo caminho colonial por onde passaram o ouro e o diamante responsáveis pela riqueza da coroa portuguesa, cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

De tipologia histórica, o Museu do Diamante/Ibram tem sua atuação marcada pelo atendimento ao visitante que busca na instituição conhecer os contextos que favoreceram a vocação da cidade de Diamantina, desde o Arraial do Tijuco até a atualidade como polo minerador, em especial do ouro e do diamante.

Além deste marco, em relação aos processos da extração diamantífera e aurífera, o casarão também remete a uma dimensão sociocultural regional e nacional: a Inconfidência Mineira (Conjuração Mineira), por ter sido residência do padre José da Silva e Oliveira Rolim. Esse contexto habilita o Museu a ser um espaço de divulgação da memória, da história social e da cultura da cidade de Diamantina e de seus personagens, ultrapassando níveis mais concretos para alcançar aspectos mais subjetivos e imateriais dos processos socioculturais locais.

Inegável é que o Museu do Diamante/Ibram se apresenta como um importante marco histórico e um significativo lugar da memória de Diamantina, revelando aspectos representativos da história da cidade.

Seu acervo é formado por objetos de estilos e tipologias diversas, sendo que o museu constitui-se importante espaço de informação e memória tanto para a população de Diamantina, quanto para seus vários públicos. Entre os objetos sob a guarda do Museu do Diamante podemos encontrar um vasto acervo de numismática, mineralogia, além de instrumentos utilizados no processo de mineração do ouro e diamante, que juntos compõem o quadro do que foi o processo de formação e ocupação do norte de Minas Gerais. Além disso, o Museu também possui um acervo fotográfico significativo para a história da cidade e seu entorno, composto por imagens de personalidades de Diamantina, das ruas, do casario e dos monumentos da cidade, bem como sobre a mineração e o garimpo na região.

O acervo possibilita uma reflexão sobre os processos históricos da mineração diamantífera e do garimpo realizado na cidade e seu entorno vis-à-vis o contexto sociocultural da região durante os séculos XVIII e XIX.

Os serviços oferecidos ao público incluem: visitas mediadas (agendadas ou não), ações educativas e culturais (cursos e oficinas, apresentações artísticas, rodas de conversa e palestras, exposições), atendimento a pesquisadores e cessões de espaço.

Figura 1 – Fachada do Museu do Diamante. Foto: Sylvana Lobo

Casa do Padre Rolim

A antiga residência do padre José da Silva e Oliveira Rolim, em Diamantina, onde funciona o Museu do Diamante, está situada na Rua Direita, na área central, e tem especial significado na estrutura urbana de Diamantina. Seu amplo terreno de fundos, onde se localizava o Córrego do Tijuco, estabelece uma clara continuidade com a quadra, determinando uma faixa horizontal e contínua ao conjunto das edificações. Dessa maneira, compõe uma das mais amplas áreas livres do centro da cidade, oferecendo uma interrupção no aglomerado construtivo, permitindo que se destaque o ritmo escalonado dos telhados e torres das igrejas na paisagem urbana.

Padre Rolim

O padre José da Silva e Oliveira Rolim nasceu no Arraial do Tijuco em 1747. Era filho de José da Silva e Oliveira, sargento-mor das Forças Auxiliares e caixa da Real Extração Diamantina, que tinha fortuna considerável, chegando a possuir diversos bens imóveis, lavras e escravos.

Inteiramente envolvido na Inconfidência, padre Rolim foi preso na Casa dos Contos e depois no Quartel de Infantaria de Vila Rica, tendo sido enviado para Lisboa em 1792, recolhido à Fortaleza de São Julião da Barra e depois ao Mosteiro de São Bento da Saúde.

Em 1804, foi autorizado a regressar ao Brasil, chegando ao Arraial do Tijuco em 1805. Tentou reaver os seus bens haviam sido confiscados, inclusive o prédio que foi vendido e arrematado por José Soares Pereira da Silva. Apesar de não ter readquirido a casa, foi indenizado. Faleceu em 1835 e foi sepultado na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Diamantina.

Serviços prestados pelo Museu do Diamante

Acervo:

Os Museus utilizam os vestígios materiais (objetos) para se comunicarem com o público. Portanto, o grande desafio de um museu é preservar o seu acervo e identificar as possibilidades de informação que ele contém e que o qualifica como documento.

A conservação preventiva enfoca todas as medidas que devem ser tomadas para se aumentar a vida útil do objeto ou retardar seu envelhecimento. Já a ideia de documentação pode ser traduzida como a etapa de resguardar todas as informações sobre os objetos, suas características físicas, históricas, sua função e significado.

A documentação e a conservação têm por finalidade beneficiar a comunidade por meio da maximização do acesso e pelo uso das informações que encontradas nos acervos museológicos. Trata-se de uma ação interna, contínua, que reverbera externamente: um objeto documentado e conservado permite uma melhor comunicação com o público.

Figura 2 – Higienização de acervo. Foto: Sandra Farias. 2020

Pesquisa:

É necessário ter em mente que um Museu, seu acervo e narrativa, também é um espaço de conhecimento e de troca de informações. Ao se entender que a conservação é imprescindível para prolongar a vida útil do acervo, e a comunicação, interpretada como relação homem e objeto, constitui o fim último da ação dos museus. Desta forma, a pesquisa é a função capaz de garantir vitalidade à instituição museológica, regendo praticamente todas as suas atividades. É ela que confere sentido ao acervo, que cria a base de informação para o público, que formula os conceitos e as proposições das exposições e de outras atividades de comunicação no museu.

O Museu atua no desenvolvimento de estudos sobre seu acervo para aprimorar seus discursos e os diálogos com o público, e também no atendimento a pesquisadores. Para tanto recebe em suas dependências pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento para utilizarem de seu acervo como base material de suas pesquisas.

Figura 3 – Levantamento de dados de acervo pelo Cecor. Foto: Sandra Farias. 2019.

Exposições:

As ações expositivas devem contemplar mais que informações, devem ir além da atração e do prazer, pois seu papel e objetivo é estimular a curiosidade, a reflexão e a interatividade entre o museu e seus públicos. Uma exposição se realiza no encontro e no diálogo entre sujeito (visitante) e objeto (conjunto expositivo), ou, numa concepção mais abrangente e atual, entre a sociedade e seu patrimônio.

Uma exposição se baseia na escolha e na apresentação de objetos que possam sustentar uma narrativa sobre um assunto determinado. As seleções e definições apontam as ideias e imagens desejadas e estabelecem, pelos sentidos e percepções, diálogos com o público. O Museu mantém uma exposição de longa duração, cuja narrativa traduz sua missão institucional, definida no Plano Museológico da instituição. Além disso, realiza periodicamente mostras temporárias do acervo acondicionado em suas duas reservas técnicas.

Figura 4 – Exposição Longa Duração. Foto: Equipe MD. 2018.
Figura 5 – Exposição de curta duração. 12ª Primavera de Museus. Foto: Equipe MD. 2019

Educativo-cultural:

O Museu do Diamante também desenvolve ações educativa-culturais que têm por finalidade viabilizar o melhor aproveitamento dos conteúdos museológicos. A ação educativa atende especialmente à demanda de visitas agendadas (principalmente por escolas) e realiza uma mediação estruturada a partir de uma narrativa embasada na sua Missão institucional estabelecida em seu Plano Museológico. Além destas ações educativas ele realiza ações artístico-culturais como cursos e oficinas, apresentações artísticas e musicais, rodas de conversa, mostras temporárias. Estas atividades podem ser promovidas pelo próprio Museu ou por meio de cessão de espaço.

Figura 6 – Ação educativa. Exposição de Longa Duração.
Foto: Rafael Hordones. 2018.
Figura 7 – Ação educativa no Asilo de Diamantina. Foto: Poliana Vieira. 2018.
Figura 8 – Roda de Conversa -17ª SNM. Foto: Poliana Vieira. 2019.

Cessões de espaço:

O Museu do Diamante também possibilita aos artistas e instituições a utilização de seus espaços para realização de atividades diversas, promovendo a cultura e a arte, sua fruição nas mais diferentes formas de expressão das identidades e diversidades culturais que se organizam especialmente em Diamantina.

Figura 9 – Exposição de fotos – Cessão de espaço ao Parque do Biribiri. Foto: Liliane Vieira. 2019.

Edital “Ocupa Museu”:

Trata-se de um edital lançado anualmente pelo Museu do Diamante para a permissão de uso não oneroso de seus espaços. Por meio desse instrumento de fomento, artistas e realizadores locais podem inscrever seus projetos e ações culturais alinhados com a missão estabelecida no Plano Museológico da instituição.

O Edital “Ocupa Museu” tem por objetivo destacar e fortalecer a capacidade educativa e cultural do Museu, por intermédio do chamamento público de interessados para a realização de projetos e ações com acesso livre à comunidade.

Figura 10 – Exposição Terra Queimada. Foto: Sandra Farias. 2019.