A partir da segunda metade do século XX a forma de atuação dos museus se modifica. A concepção do que vem a ser museu se dilata com a ampliação do conceito de patrimônio, em vista disso a forma de atuação do museu se altera, e aumentam vertiginosamente as possibilidades de se trabalhar com o objeto.
Museus passam a se voltar para a preservação das referências culturais das diversas sociedades. O discurso passa a ser pautado por outras formas de organização e não por temporalidade e categoria, porque se entende que o papel dos museus é provocar a reflexão e a troca de informações. Há uma valorização do projeto institucional, do discurso, da intencionalidade explícita. A forma de encarar o público pelo museu muda. O público é visto
como fator importante na programação das exposições, porque o público passa a interagir com a mensagem expositiva.
Nos últimos trinta anos, os museus, utilizando-se de recursos patrimoniais, têm se apresentado como instrumentos de difusão e comunicação cultural. Neste sentido, suas ações procuram potencializar a cultura na qual estão inseridos, ao mesmo tempo em que procuram promover sua compreensão e o respeito às diferentes características culturais dos grupos sociais. Eles também se colocam em uma perspectiva de atuarem como estímulo à percepção da importância da existência de aspectos que, simultaneamente, distinguem e unificam as culturas.
Na atualidade o conceito de museu de acordo com a definição do Conselho Internacional de Museus – ICOM, elaborada em 2009, define que se trata de uma instituição de preservação, interpretação e promoção do patrimônio cultural da humanidade; de manutenção de acervos em benefício da sociedade e de seu desenvolvimento; de promoção de reflexões para construir e aprofundar conhecimentos; que cria condições para a fruição, compreensão e promoção do patrimônio natural e cultural; cujos recursos sejam investidos na prestação de serviços de interesse público; cujo trabalho seja realizado em estreita cooperação com as comunidades das quais provêm seus acervos, assim como com para as quais servem.
Neste sentido, o museu faz parte de uma comunidade e sua atuação deve refletir esta inserção. E, em se tratando de um museu público, sua gestão deverá considerar tanto as assertivas supramencionadas, bem como as prescrições legais nacionais que o nortearão.
Este Plano Museológico do Museu do Diamante/Ibram foi elaborado em cumprimento ao disposto no Estatuto dos Museus e visando atender aos eixos estruturadores da Política Nacional de Museus do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram, a IN 03/2018 e demais regulamentos do Ibram, e terá validade por cinco (5) anos a partir da data de sua publicação.
Sua elaboração contou com a participação das equipes do Museu do Diamante/Ibram (servidores e colaboradores) bem como da comunidade local (artistas, organizações não governamentais, iniciativa privada, universidades, Igreja, Estado e Município), o que demonstra envolvimento e apropriação do Museu pela população local.
Sandra Martins Farias
Diretora Museu do Diamante/Ibram