Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

Semana da Mulher no MD

No dia 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida porque em 8 de março de 1917, na Rússia, ocorreu uma grande manifestação de mulheres que lutavam por melhores condições de vida e trabalho. Assim, esse dia serve para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, além […]

publicado: 08/03/2021 12h26, última modificação: 03/11/2022 14h52

No dia 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida porque em 8 de março de 1917, na Rússia, ocorreu uma grande manifestação de mulheres que lutavam por melhores condições de vida e trabalho. Assim, esse dia serve para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, além de levar a uma reflexão sobre o preconceito contra a mulher e a luta por direitos iguais. Ainda nos dias de hoje, questões como a desigualdade salarial, a superexploração e a violência de gênero são problemas que afetam as mulheres no Brasil e no mundo.

Dessa forma, ao longo dessa semana o MD irá falar de dois projetos muito importantes que estão sendo realizados em Diamantina e região, e que contribuem para a luta pelos direitos e pela visibilidade da mulher em nossa sociedade: A Rede de Mulheres do Alto Jequitinhonha e o Projeto Literatura e Feminismos (UFVJM).

A Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Alto Jequitinhonha surgiu no Fórum Permanente de Combate à Violência Contra a Mulher do Alto Jequitinhonha realizado no dia 02 de
fevereiro de 2018 na cidade de Diamantina, devido aos três feminicídios que ocorreram na nossa região no final do ano de 2017 e início de 2018 e uma tentativa de feminicídio. A Rede refere-se à atuação
articulada entre as instituições do poder público e a sociedade civil organizada, para o enfrentamento à violência de gênero contra a mulher e a efetiva aplicação da Lei Maria da Penha. A Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Alto Jequitinhonha é composta por 26 municípios e possui caráter laico e tem como objetivos: desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção; busca de políticas que garantam o protagonismo das mulheres; desconstrução da cultura machista e responsabilização dos agressores e; assistência qualificada às mulheres em situação de violência.
A Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Alto Jequitinhonha tem como função precípua avaliar e apontar a complexidade da violência contra as mulheres numa perspectiva múltipla e transversal, tendo como estratégias metodológicas rodas de conversa, seminários, reuniões e estudos de casos, além de estimular a criação de Redes Municipais. Atua ainda, na busca do aprimoramento e integração dos serviços públicos, em especial da assistência psicossocial , do sistema de justiça da segurança pública, da saúde e da educação, tendo como foco a integralidade e humanização do atendimento à mulher e situação de violência. A fim de contemplar esses propósitos, A Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Alto Jequitinhonha é composta por: agentes públicos formuladores, fiscalizadores e executores de políticas públicas, serviços e programas votados para as mulheres, bem como movimento de mulheres e movimentos feministas.

@redemulheresaltojequitinhonha1

O Literatura e Feminismos é um projeto de extensão universitária do grupo LAC (CNPq/UFVJM), que conta com uma série de encontros periódicos, nos quais são debatidos temas relacionados à literatura, principalmente de autoria de mulheres, em diálogo com compreensões atuais e históricas sobre as questões de gênero, as epistemologias feministas e outras questões contemporâneas da sociedade. A finalidade do projeto Literatura e Feminismos é o de promover a arte, a justiça social e a cultura, o estímulo à leitura literária, à educação sensível e crítica e às discussões de gênero através do incentivo da troca de experiências coletivas entre a comunidade a partir da leitura, apresentação e discussão de obras literárias e teóricas pertinentes ao tema proposto, através do acolhimento ao público interessado. Historicamente, a literatura tem sido usada para recalcar manifestações culturais, orais e escritas, de grupos culturalmente marginalizados e politicamente reprimidos. Acreditamos que a linguagem poética, ao desestabilizar os lugares fixos e hegemônicos tradicionais, ultrapassa as contradições sociais e aponta para novas perspectivas de mudanças possíveis. Nesse sentido é que a literatura pode ser um instrumento valioso, seja como espaço de memória, seja como narrativas de resistência.

O projeto se manifesta na possibilidade de sensibilização estética, ética e política, na formação humanizadora da arte e das discussões críticas junto aos estudantes e a comunidade, desfazendo preconceitos e construindo um movimento de aceitação de si e do outro, no desejo de construção de um feminismo para uma outra sociedade possível e desejável, apoiada na ideia de que o diálogo é sempre solidário. A possibilidade dos diálogos promovidos pelos encontros vem apontando para a importância fundamental das resistências feministas e os desafios que se colocam para pensarmos nas reflexões sobre as construções culturais de gênero e nas práticas de interseccionalição das políticas identitárias, como nos movimentos LGBTQI+, nas cotas para negros e negras, na política para mulheres e negros no mundo do trabalho, borrando as fronteiras entre o movimento classista, de mulheres, movimento negro e LGBTQI+

Confira aqui o depoimento da Professora Fernanda Valim (UFVJM), Coordenadora do Projeto Literatura e Feminismos, no qual ela conta sobre a parceria com o Museu do Diamante e o surgimento deste projeto tão importante para a cena literária e cultural de Diamantina e região.
Confira aqui o depoimento da estudante Ana Clara Marques, integrante do Projeto Literatura e Feminismos, no qual ela fala de sua experiência no projeto e da importância do mesmo para sua formação.