Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

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Você sabia?

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publicado: 29/10/2021 20h55, última modificação: 03/11/2022 14h44

ACERVO MD

As joias em ouro, prata e pedras preciosas representavam símbolos de poder e ostentação na sociedade colonial no Brasil. Faziam parte dos objetos de valor de família e eram elemento imprescindível nos seus testamentos e inventários. A confecção de joias tinha uma importante produção no século XVIII, apesar da ourivesaria religiosa ser mais significativa que a civil, com objetos luxuosos como relicários, lâmpadas, ostensórios, navetas e coroas. Já objetos de uso pessoal como medalhões pingentes, alfinetes de gravata e abotoaduras foram as peças mais frequentes de encomenda de ourives, e muitas delas estão presentes no acervo do MD.

A peça acima é um relógio de bolso com chave e estojo, do século XIX, feita em ouro e pedras preciosas. Foi fabricada por Charles Cabrier, relojoeiro londrino. O relógio, com marcador em esmalte branco, contem as horas em algarismos romanos. A máquina está inserida em caixa de ouro com friso que se abre, fixado por dobradiça, e em cujo verso há um orifício com pino para dar corda no relógio. A parte posterior da caixa do relógio contém cena romântica em relevo composta por duas figuras femininas e busto sobre pedestal, além de árvores à esquerda. A cena é cercada por volutas contrapostas e por motivos florais. A chave tem formato de medalhão oval, contendo em uma das faces uma imagem em esmalte com efígie de figura feminina, com o rosto voltado à direita, de cabelos longos, em tom acinzentado, encimados por fita com laço na parte frontal.

É interessante observar os traços da figura de rosto redondo, sobrancelhas pretas bem delineadas, olhos grandes em tom castanho, nariz aquilino e boca em tom vermelho. Tem seu braço esquerdo flexionado com sua mão apoiada sobre o ouvido e traja vestido em tom rosado com renda branca. Na outra face do medalhão da chave, crisólitas nos tons marrom e verde claros compondo motivo floral. De acordo com o inventário museológico, há referência de compra da peça do Dr. José Pedro Costa, que foi o primeiro diretor do Museu do Diamante, em 1954. O objeto foi alvo de roubo no Museu do Diamante em 16 de julho de 1983, sendo restituído em 30/08/1983.

Saiba mais sobre nosso acervo em: https://tainacan.org/blog/casos-de-uso/museu-do-diamante/
Fontes:
PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág. 20-21.
Inventário museológico do MD/Ibram

CURIOSIDADES MD

Você sabia que um museu não se resume apenas à exposição de longa duração?

Além das exposições de longa duração, também chamadas “exposições permanentes”, os museus também realizam exposições temporárias ou de curta duração.

agem: Exposição de curta duração – Grupo de ceramistas Terra Queimada – Foto: Liliane Lopes/2018

O Museu do Diamante/Ibram promove exposições temporárias com peças de seu próprio acervo, acondicionadas em suas reservas técnicas, e também por meio de cessões de espaço a artistas e instituições de Diamantina-MG e do Brasil. As cessões de espaço também funcionam de forma a acolher no espaço do MD apresentações de teatro, música, dança, performance e oficinas. É uma forma de tornar o Museu mais dinâmico e de possibilitar a artistas e instituições a utilização de seus espaços para realização de atividades diversas, promovendo a cultura e a arte, sua fruição nas mais diferentes formas de expressão das identidades e diversidades culturais que se organizam especialmente em Diamantina.

Fonte: https://museudodiamante.museus.gov.br/museu-do-diamante-2/

MEMÓRIA MD

O Museu do Diamante possui um lindo quintal, que é também a maior área verde situada no centro histórico de Diamantina/MG. Para além do acervo museológico, a instituição também procura explorar este espaço e desenvolver ações de educação socioambiental.

Foto: https://museudodiamante.museus.gov.br/galeria-de-fotos/distribuicao-de-mudas/

Na 13ª Primavera dos Museus (2019), em parceria com a Sociedade Orquidófila Diamantinense, foi realizada uma distribuição gratuita de mudas de variadas espécies. Essa ação socioambiental teve por finalidade estimular o cultivo de diferentes espécies de plantas pelos moradores da cidade e contou também com um bate papo sobre biodiversidade e importância da preservação do patrimônio natural.

ACERVO MD

O Museu apresenta uma expressiva coleção de mobiliário, mas pelo fato de este ser comumente utilizado como suporte para outras peças do acervo, acaba muitas vezes passando desapercebido pelo visitante.

A habitação popular e a dos mais abastados no antigo Arraial do Tijuco, ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, não teve significativas mudanças. O interior das casas era sóbrio e apenas com o mobiliário essencial, como relatou o viajante Saint Hilaire: “Quanto aos móveis eram sempre em pequeno número, sendo em geral tamboretes cobertos de couro cru, cadeiras de espaldar, bancos e mesas”. A partir da segunda metade do século XIX, as habitações das classes mais ricas aperfeiçoaram os seus interiores em espaço, mobiliário e conforto. Os sobrados passaram a apresentar maior número de aberturas para o exterior, permitindo assim maior claridade e melhor arejamento. Também a divisão interna passou a atender às necessidades funcionais. O número de móveis aumentou, importando-se peças variadas e também se fabricando maior quantidade e variedade. Em fins do século XIX, um interior abastado já tinha uma separação nítida entre os aposentos, cada qual com seu conjunto especializado de peças de mobiliário e de objetos decorativos. Os móveis e a decoração passaram a conhecer mais modas e estilos do que anteriormente. A peça acima é uma mesa de encostar confeccionada em jacarandá, datada do século XVIII e com influência do estilo Dom João V. Apresenta tampo liso, de formato retangular, emoldurado por frisos, e possui gaveta com espelho de fechadura em bronze ornado por guirlanda de flores. A peça é sustentada sobre quatro pernas com joelheiras em curvas e contracurvas, apresentando um trabalho de entalhe em madeira característico do período. As mesas de encostar geralmente possuem três faces decoradas e são retas na parte de trás, para ser postas de encontro à parede.

Fontes:
1 – MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 245-246.
2- PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág.55.
3 – Inventário museológico do MD/Ibram

CURIOSIDADES MD

Imagem: Sala de Arte Sacra – Exposição de longa duração do MD – 2018

Você sabia que, dentro de um Museu, a exposição se realiza no encontro e no diálogo entre sujeito (visitante) e objeto (conjunto expositivo), ou, numa concepção mais abrangente e atual, entre a sociedade e seu patrimônio?

Mais do que reunir informações, uma exposição tem por objetivo estimular a curiosidade, a sensorialidade, a reflexão e a interatividade entre o museu e seus públicos. Além disso, uma exposição nunca apresenta uma temática de forma neutra: ela se baseia na escolha e na apresentação de objetos que possam sustentar uma narrativa sobre um assunto determinado. As seleções e definições apontam as ideias e imagens desejadas e estabelecem, pelos sentidos e percepções, diálogos com o público.

Na sua opinião, quais narrativas estão presentes na exposição de longa duração do MD?

Fonte: https://museudodiamante.museus.gov.br/museu-do-diamante-2/

MEMÓRIA MD

Nos dias 09 e 10 de outubro de 2019, aconteceram as atividades do Dia das Crianças no Museu do
Diamante/Ibram. No quintal do Museu, o Laboratório de Montagem Cênica da UFVJM apresentou o espetáculo ”A
Menina que não queria ser Princesa”, baseado no cordel homônimo de Jarid Arraes e dirigido pelo Professor
Flávio Ribeiro.

Apoiando-se em elementos da cultura popular e do teatro de rua, a montagem é voltada para o
público infanto-juvenil e abordou questões feministas de forma lúdica e musical.

ACERVO MD

O MD apresenta uma expressiva coleção de mobiliário, mas pelo fato de este ser comumente utilizado como suporte para outras peças do acervo, acaba muitas vezes passando desapercebido pelo visitante.
A peça acima é uma cômoda em jacarandá, datada do século XIX, em estilo de transição D. José I/D. Maria I. As cômodas em estilo D. José I têm duas gavetas no alto e três gavetões; algumas tem colunas laterais esculpidas e pés baixos e largos com volutas (pés de peanha). Já as cômodas Dona Maria I, do início do séc. XIX, distinguem-se pela simplicidade e elegância das linhas retas marcadas por filetes de madeira clara. Na fabricação de móveis oitocentistas, os estilos adotados não escapam às influências europeias quase sempre com ênfase numa relativa sobriedade que decorre das aplicações práticas do móvel. O exemplar acima é uma peça de linhas singelas e possui um rico trabalho em marchetaria, tipo de arte e técnica que consiste em criar desenhos na superfície plana de um móvel por meio de lâminas de madeira ou outros materiais, como marfim, tartaruga, metal e madrepérola. Na foto, pode-se observar a técnica aplicada aos gavetões emoldurados por filetes com as extremidades finalizadas em arco e flor-de-lis estilizada. Também é possível observar as fechaduras em formato de escudo, esculpidos em marfim. A parte inferior do móvel, com aba recortada em curvas e contracurvas, é entremeada por motivos fitomorfos. A peça é sustentada sobre quatro pés em forma de volutas e arrematados por garras. Embora procedente do Museu do Ouro (Sabará), trata-se de um exemplar produzido na região do Serro-MG e característico do mobiliário mineiro produzido entre os anos 1800 e 1825.

Fontes:
MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999.
PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Págs.54-55 Referência documental: Ofício 95, 3º Distrito D.P.H.A.N, de 03/07/1950.
Inventário Museológico do MD/Ibram

CURIOSIDADES MD

O Assistente de Acervo Gabriel Eugênio Sales realiza a higienização periódica do acervo do MD. Foto: Sandra Farias, 2020.

Você sabia que o acervo de um museu é também uma espécie de documento?

Os Museus utilizam os vestígios materiais (objetos) para se comunicarem com o público. Portanto, o grande desafio de um museu é preservar o seu acervo e identificar as possibilidades de informação que ele contém e que o qualifica como documento.
A conservação preventiva enfoca todas as medidas que devem ser tomadas para se aumentar a vida útil do objeto ou retardar seu envelhecimento. Já a ideia de documentação pode ser traduzida como a etapa de resguardar todas as informações sobre os objetos, suas características físicas, históricas, sua função e significado.
A documentação e a conservação têm por finalidade beneficiar a comunidade por meio da maximização do acesso e pelo uso das informações que encontradas nos acervos museológicos. Trata-se de uma ação interna, contínua, que reverbera externamente: um objeto documentado e conservado permite uma melhor comunicação com o público.

Fonte: https://museudodiamante.museus.gov.br/museu-do-diamante-2/

Saiba mais sobre nosso acervo em: https://tainacan.org/blog/casos-de-uso/museu-do-diamante/

museudodiamanteFontes:
1 – MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 245-246.
2- PESTANA, Til Costa. In Catálogo do Museu do Diamante. Ed. Iphan/ Ministério da Cultura. Pág.55.
3 – Inventário museológico do MD/Ibram
🖥️ Saiba mais sobre nosso acervo em: https://tainacan.org/blog/casos-de-uso/museu-do-diamante/