Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

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Mostra “Outros Carnavais”

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publicado: 17/02/2022 11h48, última modificação: 03/11/2022 14h41
Imagem: Concentração da Banda Fogosa do Sapo Seco – 1926 –
Fonte: Diretoria de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio (SECTUR) da Prefeitura Municipal de Diamantina

🎊 O Carnaval, uma das mais tradicionais festividades do povo brasileiro, passou por diversas transformações desde sua chegada ao Brasil, introduzido pelos portugueses em meados do século XVI. No município de Diamantina, a festa tem presença marcante até os dias atuais, e já passou por diversas configurações: desde os folguedos de rua, nos quais os brincantes atiravam água e farinha uns nos outros, passando pelos bailes realizados em clubes fechados, até os blocos carnavalescos que desfilam pelas ladeiras da cidade histórica.

🥳Nesse contexto, merece destaque a tradicional “Banda Fogosa do Sapo Seco”, presença marcante no carnaval diamantinense desde a década de 1920 até os dias atuais, e que foi registrada como Patrimônio Imaterial da cidade de Diamantina em 2019.

☑️ As imagens utilizadas na Mostra “Outros Carnavais” foram disponibilizadas pela Diretoria de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio (SECTUR) da Prefeitura Municipal de Diamantina, e embasada nas pesquisas realizadas por Márcia Dayrell (Historiadora e Técnica em Patrimônio Cultural/SECTUR) e Jaqueline Ribeiro (Historiadora e Monitora do MD).

👉 Agende sua visita ao MD e aproveite para conferir a Mostra OUTROS CARNAVAIS, de 10 a 25/02! Lembrando que, devido à pandemia da covid-19, ainda é importante evitar as aglomerações para preservar o bem estar e a saúde de tod@s!

🎉Ainda no período colonial brasileiro, as festividades carnavalescas estavam associadas ao “entrudo”, que consistia no lançamento de ovos, farinha e “limões” de cêra e água perfumada entre os participantes, espalhados pelas ruas das cidades. A partir de meados do século XIX, no entanto, essa prática popular passa a ser severamente criticada pelas elites brasileiras, considerada como incompatível com os valores considerados “civilizados” e modernos.

🎊Ela é paulatinamente substituída por outras configurações de festejos, como os bailes de Carnaval realizados em clubes fechados, e que refletiam as hierarquias sociais em vigor: em Diamantina, até 1912, os bailes tinham lugar no Teatro Santa Izabel, e depois passaram a ocorrer no Clube Acayaca, frequentado pelas elites locais, ou no Clube da União Democrata, identificado às camadas médias da população.

🎉Apesar disso, as práticas ligadas ao carnaval de rua se mantiveram, refletindo as formas de resistência da cultura popular. Ainda em 1923, temos o surgimento da Banda Fogosa do Sapo Seco em Diamantina, que contava originalmente com 12 participantes que desfilavam mascarados pelas ruas da cidade: extravagantes e caricaturais, as máscaras causavam estranhamento e impacto no público que assistia ao desfile, e tinham também o objetivo de proteger a identidade dos foliões.

🐸 O nome da Banda Sapo Seco remete a um de seus fundadores, Elias Luiz de Carvalho, que tinha o apelido de Elias Sapo Seco. A imagem do sapo, característica dos desfiles da Banda, está presente nas bandeiras e carros alegóricos confeccionados pelos foliões.

🥳 A irreverência é elemento fundamental do bloco do Sapo Seco, que tradicionalmente sai pelas ladeiras de Diamantina nos domingos e terças-feiras de carnaval. As máscaras, confeccionadas com jornal e grude, permanecem na tradição do Sapo Seco até os dias atuais, ao lado das fantasias e carros alegóricos. A sátira a acontecimentos e personagens da política nacional ou local é muito marcante nas alegorias do bloco, estando também presentes as referências a personalidades importantes e figuras caricatas de Diamantina.