Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

MD 70 anos – Padre Rolim

publicado: 09/05/2024 14h31, última modificação: 09/05/2024 14h31

📜 MUSEU DO DIAMANTE 70 ANOS – Padre Rolim

🎉 No dia 12 de abril de 2024 o MD comemorou 70 anos de existência! O Museu foi criado pela Lei nº 2.200, de 12 de abril de 1954, e de lá pra cá foram muitas histórias, memórias, desafios e conquistas! Vamos conhecer um pouco da trajetória do Museu do Diamante?

🏛️ O Museu do Diamante está instalado no casarão em que viveu José da Silva e Oliveira Rolim, nascido em 1747 no Arraial do Tijuco. Padre Rolim foi uma personagem histórica extremamente complexa. Contrabandista de diamantes e envolvido com mulheres casadas, teve não raro problemas com as autoridades, beneficiando-se da posição de seu pai, sargento mór e alto funcionário da Intendência dos Diamantes. Foi amasiado com Quitéria Rita, filha de Chica da Silva e do contratador João Fernandes, deixando quatro filhos em seu testamento. Estudou no Seminário de Mariana (tendo como professor o cônego Luís Vieira da Silva, futuro conjurado), e posteriormente no Seminário Maior de São Paulo, tornando-se padre secular, não pertencendo a nenhuma ordem religiosa regular.

⏳ Tomou parte na Conjuração Mineira após ter conhecido Tiradentes em Vila Rica, em 1778, retornando ao Tijuco no ano seguinte para organizar a revolta. Após a denúncia e a ordem de prisão, conseguiu fugir por vários meses antes de ser capturado. Condenado como réu eclesiástico, recebeu como sentença a prisão em Lisboa, sendo encarcerado no Forte de São Julião da Barra e, posteriormente, no claustro do Mosteiro de São Bento da Saúde. Por interferência do embaixador de Napoleão, o general Jean Lannes, junto ao Regente Dom João VI, teve sua soltura determinada em 1802. Voltou ao Tijuco no ano seguinte, sem possuir bens, que haviam sido confiscados e leiloados, e morreu em 1835. Segundo o historiador Kenneth Maxwell, foi um dos seis conjurados, juntamente com Tiradentes e Alvarenga Peixoto, considerados como “ativistas”, responsáveis por colocar a revolução em andamento.

✨ Cecília Meireles dedicou ao Padre Rolim um dos cantos do seu “Romanceiro da Inconfidência”, o lindo poema que você confere nas imagens acima.

🌎 Fonte: ALMEIDA, Roberto Wagner. Entre a cruz e a espada: a saga do valente e devasso padre Rolim. São Paulo: Paz e Terra, 2002.