Os garimpeiros no século XVIII eram homens que não tinham concessão de contrato e trabalhavam ilegalmente, sendo considerados contrabandistas. No século XX eram trabalhadores que não tinham salário fixo e recebiam aproximadamente dois e meio por cento do lucro, não existindo uma legislação trabalhista que regulamentasse o ofício do garimpeiro.
Esses homens em busca de enriquecimento rápido não mediam esforços para alcançar seu objetivo. O acervo fotográfico de Assis Horta, exposto na sala de mineração do Museu do Diamante mostra as condições precárias de trabalho dos garimpeiros
O ofício do garimpo tão comumente praticado nas terras mineiras transpôs séculos e desafiou proibições em vários períodos da história de Minas Gerais.
Nesses 300 anos de fundação do Estado de Minas Gerais, o Museu do Diamante objetivou por meio da história oral e documental apresentar os garimpeiros como protagonistas dessa história.
Na relação presente e passado destacamos as técnicas de mineração que foram trazidas pelos africanos e apontamos as mais modernas que foram difundidas em meados do século XX até os dias atuais.
Como vimos, Diamantina possui sua origem e história garimpeira que é passada de geração para geração, carregando consigo lutas e conquistas.
Isso nos leva a vários questionamentos ligados às formas de trabalho, à edição e fiscalização das leis trabalhistas e ao destino da riqueza arrecadada com a mineração (que desde o século XVIII se esvai para os capitais estrangeiros).
Também é importante refletir sobre os impactos dessa atividade para o meio ambiente, não podendo esquecermo-nos das “mortes” dos rios Doce e Paraopeba.
Diante de tantas histórias e dilemas enfrentados, o Museu do Diamante saúda o povo Mineiro.
Veja o depoimento do garimpeiro Belmiro Nascimento onde ele narra sua percepção dessa sociedade mineira, que surge a partir das atividades mineradoras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- FURTADO, Júnia Ferreira. O livro da capa verde: o Regimento Diamantino de 1771 e a vida no Distrito Diamantino no período da Real Extração. 2 ª ed. São Paulo: Annablume, 2008.
- MARTINS, Marcos Lobato. Mineração, identidade garimpeira e meio ambiente: os conflitos em torno da extração de diamantes no Alto Jequitinhonha, 1989-1995 – Associação Nacional de História – ANPUH, 2007. •SANTOS, Joaquim Felício dos. Memórias do distrito diamantino. 4ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976.
- VIEIRA, Valdinei Cláudio. A condição social e econômica do garimpeiro da cidade de Diamantina: Uma história contada por seus protagonistas.
FICHA TÉCNICA
Concepção, Curadoria e Montagem:
- Gabriel Eugênio de Sales;
- Gisele Cheron César;
- Jaqueline da Conceição Ribeiro;
- Poliana Cristina Vieira.
Roteirização, gravação e edição de vídeos:
- Gabriel Eugênio de Sales;
- Gisele Cheron César;
- Jaqueline da Conceição Ribeiro;
- Kléber Pereira da Silva Lopes;
- Lavinya Gonçalves Lara;
- Paulo Victor Diniz e Silva de Oliveira;
- Poliana Cristina Vieira.
Texto:
- Gabriel Eugênio de Sales;
- Jaqueline da Conceição Ribeiro.
Revisão de Texto:
- Juliane Nicolle Câmara;
- Sandra Martins Farias.
Direção do Museu do Diamante:
- Sandra Martins Farias
Agradecimentos:
- Belmiro Braga;
- Giselle Nascimento;
- Lúcia Valéria do Nascimento;
- Renato de Fátima Nunes.