Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

Mostra Mulheres: costurando e bordando histórias

Foto: Acervo Instituto Casa da Glória/UFMG.

No contexto do Brasil Império não houve uma mudança significativa sobre o papel da mulher na sociedade, a sua educação continuava sendo voltada para os trabalhos domésticos. Paulatinamente foi inserido na grade curricular o ensino de disciplinas como Português, História Geral e do Brasil. Marcos Lobato Martins e Junia Maria Lopes, ao analisar o conteúdo que as moças estudavam no Colégio de Nossas Dores em Diamantina no período entre 1860 e 1940, ressaltam que:

De acordo com os livros de atas dos exames do Curso Normal, as matérias estudadas até a década 30 eram; Catecismo e História Sagrada, Português e Francês, Matemática Elementar (Geometria, Artitmética e Artimética Comercial e Escrituração Mercantil), Geografia e Cosmografia, História Geral e do Brasil e Instrucao Moral e Cívica, Desenho Linear e Figurado, Música, Caligrafia, Costura e Bordados, Física, Química, História Natural, Higiene e Economia Doméstica, Metodologia e Pedagogia (LOPES e MARTINS, 1993, p.17).

Foto: Chichico Alkmim, s/d. Acervo: Museu do Diamante.

Notadamente os trabalhos domésticos, principalmente os de costura, bordado e artesanato, fizeram parte por um bom tempo do currículo escolar feminino segundo Lopes e Martins (1993) “a maioria das órfãs fazia bordados, enxovais e flores artificiais que eram vendidos dentro e fora de Diamantina”. O tradicional educandário feminino de Diamantina, Colégio de Nossa Senhora das Dores, viu nesses trabalhos das internas a possibilidade de conseguir recursos para custear parte das despesas do educandário através da comercialização dos trabalhos de bordado, costura e artesanato  das internas. De acordo com  Lopes e Martins (1993) “da receita desses produtos artesanais dependia completamente a manutenção do orfanato”. O local recebia moças de famílias ricas que contribuíam mensalmente, mas abrigava também moças pobres e órfãs que não tinham condições de financiar os estudos. 

Foto: Acervo Instituto Casa da Glória/UFMG.