Instituto Brasileiro de Museus

Museu do Diamante

Mostra Mulheres: costurando e bordando histórias

Com a popularização, nas décadas finais do século XIX, da máquina de costura de uso doméstico, mulheres de famílias abastadas, modistas e algumas costureiras vivenciaram um novo jeito de unir um tecido ao outro.

Fonte: FIGUEIREDO DA COSTA, Ana Valéria de. Imagens Fotográficas de Professoras: uma
trajetória visual do magistério em escolas municipais do Rio de Janeiro no final do século XIX e
início do século XX. Escola Profissional Ridavávia Correa, foto de Augusto Malta, s/d.
Disponível em https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/12305/12305_6.PDF. Acesso em
23 de jun de 2021.

O Museu do Diamante/Ibram possui um acervo relacionado com a memória têxtil de Diamantina onde destaca-se a máquina de costura de pé confeccionada em madeira e metal de fabricação alemã, do século XIX.

Foto: Máquina de costura, século XIX. Acervo Museu do Diamante/Ibram.

Inicialmente as máquinas de costura que chegavam ao Brasil eram oriundas de outros países, como Estados Unidos. A Singer foi a primeira empresa a montar uma loja de máquinas de costura no território brasileiro em 1858. Segundo Joana de Moraes Monteleone:

 “As máquinas de costura que se disseminaram ao longo do século XIX possibilitaram o desenvolvimento e a transformação de uma velha profissão feminina: a de costureira. Em muitos casos, as mulheres podiam costurar para fora e permanecer em casa, complementado a renda familiar enquanto faziam trabalhos de costura” (MONTELEONE, 2019, p. 6).

As máquinas de costura além de suas funções adquiriram ao longo dos anos outras funções nas residências de alguns diamantinenses, como a de decoração estética. Durante a realização dos trabalhos de pesquisa a diamantinense Valdirene Ferreira nos apresentou uma máquina de costura que foi adquirida por volta 1861 por sua bisavó, a modestinense Carolina Maria de Jesus, sendo a máquina de costura mais antiga encontrada durante a pesquisa para a execução dessa mostra.

Máquina de costura a mão adquirida aproximadamente por volta de 1861 pela modestinense Carolina Maria de Jesus e atualmente se encontra sobre os cuidados da sua bisneta, a diamantinense Valdirene Ferreira.

Em Diamantina não é muito difícil, durante uma conversa com os moradores, ouvir relatos a respeito do aprendizado dos trabalhos de agulha repassado de geração a geração. É o caso de Maria Angélica Diniz, que relata ao Museu do Diamante/Ibram: “Aprendi a costurar com minha avó fazendo acabamentos de roupa, pregando botão, colchete, essas coisas que usava antigamente, muito bordado, fazia os bordados em rococó, fazia os bordados em ponto atrás”.